A LUTA CONTRA A MUNICIPALIZAÇÃO DA ESCOLA LICÍNIO MONTEIRO, CONTINUA!
Coletivo de Lutas em Defesa do Licínio, Conselho da Comunidade Escola e Sintep/VG assinam e protocolam Manifesto a Municipalização ao conjunto de Vereadores.
MANIFESTO EM DEFESA DA
EEDIEB LICÍNIO MONTEIRO DA SILVA
ESCOLA ESTADUAL, SIM!
MUNICIPALIZAÇÃO E
FECHAMENTO, NÃO!
Senhor Presidente,
Nós, enquanto representação de 3
instâncias representativas de coletivos em defesa da Escola Estadual Licínio
Monteiro Silva, vimos através deste, esclarecer acerca dos graves equívocos
cometidos através da política chamada de Redimensionamento imposta pelo
Governo do Estado de Mato Grosso, notadamente conduzida pelo Sr.
Secretário de Estado de educação Alan Porto, ao arrepio da lei e com anuência
de diversas autoridades, incluindo as representações NESTA Câmara de
Vereadores, que se não tomarem o lado do cumprimento da legislação, serão
cumplices de mais uma tragédia que de forma contínua vem se abatendo por sobre
Várzea Grande que é o município não reunir as condições para atender aqueles e
aquelas que tem grandes necessidades educacionais, na educação infantil, como
prioridade.
QUAL O PROBLEMA QUE NOS AFLIGE
NESSE MOMENTO?
Em Várzea Grande 4 escolas vão
sofrer o processo chamado de REDIMENSIONAMENTO, que na verdade não será outra
coisa que a PREFEITURIZAÇÃO DE ALUNOS, com todas as mazelas que tal ação pode
acarretar, com danos para os direitos, em especial das crianças em idade de
creche em nossa cidade.
Fato é que uma dessas escolas a
ser prefeiturizadas é a EEDIEB Licínio Monteiro da Silva, a menos de um ano
criado como Escola de Desenvolvimento Integral e agora, com discurso falacioso
e mentiroso do Secretário Alan Porto joga a responsabilidade única e exclusiva da
PREFEITURIZAÇÃO para o prefeito municipal Kalil Baracat e para o Secretário
Silvio Fidélis a responsabilidade de prefeiturizar a escola e transferir suas
responsabilidades no atendimento da demanda.
Fato é, também, que a
prefeiturização da Escola Licínio redundará forçosamente no seu fechamento, uma
vez que a demanda atendida pela escola, não haverá condições para o município
atender, uma vez que se trata de uma escola com mais de 1.600 alunos, sendo
destes: mais de 60 alunos PcDs – Pessoas com Deficiências e mais de 40 alunos
imigrantes, sem contar com a demanda de mais 1.000 alunos que tem na Escola
Licínio, a centralidade geográfica, de projeto pedagógico e de metodologia
diferenciada no atendimento da EJA. É essa a escola que os agentes da Seduc não
sabem dizer concretamente o que vai acontecer, como não sabiam a um ano quando
ainda no prédio funcionava o CEJA e tais agentes inventara o projeto EEDIEB
para fechar o CEJA. O mesmo pode se dizer do fechamento de outras escolas em
pleno período da pandemia em 2020, e que o governo Mauro Mendes também fecha a
escola que receberiam os alunos da escola Hernandy Baracat. Temos certeza, que
na atual política de lavar as mãos diante de sua responsabilidade, o Governador
Mauro Mendes fechará a escola por inanição e como eles mesmos afirmam: PELA PULVERIZAÇÃO
DOS ALUNOS EM OUTRAS ESCOLAS SEM CONHECER A REALIDADES DAS FAMILIAS E AS
SITUAÇÕES DOS ALUNOS.
MAS, QUAIS AS MENTIRAS QUE O
GOVERNO MAURO MENDES E O SECRETÁRIO ALAN PORTO DIVULGAM PARA JUSTIFICAR A
PREFEITURIZAÇÃO DO PRÉDIO E O REPASSE DA MATRÍCULA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL PARA O MUNICÍPIO?
A primeira mentira é a de que o
Redimensionamento está previsto na Constituição: MENTIRA! O artigo 23 da
Constituição Federal fala do Sistema Nacional de Educação, que depois de
regulamentado, a demanda da educação básica tem que ser atendida pelos entes
federados por políticas do COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO. Isto significa que,
respeitadas as prioridades, todos os três entes têm responsabilidades pelo
atendimento da demanda da educação. Ou seja, a União, Os Estados e os
Municípios.
Onde está a segunda mentira do
Secretário Alan Porto? Está em afirmar que os alunos do Ensino Fundamental anos
iniciais (EFAI) são prioridade única e exclusiva dos municípios: MENTIRA! Vamos
ao que a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que regulamentou
a Educação como previsto na Constituição, nos afirma.
O
Art. 10 da LDB afirma: “Os Estados incumbir-se-ão de: ... II - definir, com os
Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as
quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de
acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em
cada uma dessas esferas do Poder Público”. (grifo nosso)
A lei, portanto, é clara ao
afirmar que o Estado é ente também responsável no atendimento do Ensino
Fundamental, devendo assegurar a distribuição proporcional das
responsabilidades... e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas
esferas.
O Secretário Silvio Fidélis, que
já foi Presidente da Undime-MT (Dirigentes Municipais da Educação) e com
trânsito na feitura dos Planejamentos Decenais da Educação Nacional, Estadual e
no Município de Várzea Grande não pode dizer que não conhece a legislação e
muito menos a repartição de recursos arrecadados entre os entes federados. No
caso dos municípios, são estes os entes com a menor participação na arrecadação
de impostos no país. Portanto, não podem atender sozinhos a demanda dos anos
iniciais do EF.
Portanto, é mentira e enganação
do Governador Mauro Mendes, do Secretário Alan Porto e do Secretário Silvio
Fidélis que poderia melhor assessorar o prefeito Kalil Baracat para que o mesmo
não seja enganado e não venha provocar um estrangulamento na já difícil
qualidade do atendimento da educação em Várzea Grande, que exclui, por exemplo,
parcela significativa das crianças e suas famílias do atendimento em creche,
com longas e vergonhosas filas a cada final de ano.
Nesse momento enquanto a
administração de Várzea Grande se esforça para receber uma demanda superior à
sua capacidade financeira de atendimento, as autoridades deste município ferem
a honra e serviço prestado do Ilustre Licínio Monteiro que empresta seu nome
para uma escola histórica com 48 anos de existência e serviços prestados em
Várzea Grande, sendo que no mesmo instante temos crianças em idade escolar no
município que se quer conseguem matricular-se, como acontece com famílias acampadas no Ginásio de Esportes do
Bairro Mappin. Mas muito mais, neste momento o município de Várzea Grande se
bate para construir uma escola no grande Parque do Lago, escola que há mais de
4 anos ficou abandonada pela gestão, numa política que parece ser mais vantagem
o pagamento de anos seguidos de aluguel.
Caso os vereadores quiserem,
temos fotos, gravações em vídeos de pais e mães relatando que tem escolas em
que a prefeitura sequer consegue terminar de construir duas salas em uma escola
ou creche. O resultado é centenas de pais e mães que por não terem uma creche
publica para colocar seus filhos, os expõem a cuidados e cuidadores sem
experiência ou formação profissional.
No caso de Várzea Grande, os
vereadores precisam saber disto: é o Governo do Estado que deveria assumir alunos
do município no Ensino Fundamental anos iniciais e não o contrário. Mais que
assumir alunos, o Governo do Estado que arrecada muito mais que os municípios,
deveria, na verdade, repassar recursos para o município de Várzea Grande para
construir mais creches, que é a mais urgente necessidade das famílias de Várzea
Grande.
VAMOS À COMPROVAÇÃO DE QUE VÁRZEA
GRANDE JÁ ATENDE PARA ALÉM DA SUA CAPACIDADE: QUAIS OS NUMEROS DO CENSO ESCOLAR?
Várzea Grande em 2021 já deve
estar atendendo para além dos 25 mil alunos, o que precisa ser comprovado no
Censo Escolar, mas que extrapola sua capacidade de financiamento. Mas nos
interessa, aqui, um olhar sobre o Ensino Fundamental, porque todo o esforço do
Governador Mauro Mendes é repassar toda a demanda dos anos iniciais do Ensino
Fundamental para o município. Por uma razão muito simples: os anos iniciais do
EF, numa política de estado mínimo no oferecimento das políticas públicas, não
poderá deixar de ser ofertado e o mesmo terá que garantido financeiramente pelo
poder público. Ao “empurrar” esta demanda para o “primo mais pobre”, o
município, o Governo Mauro Mendes aposta na precarização ainda maior do
ensino, para que a privatização e a
terceirização seja a via onde empresas privadas se apresentarão para serem as
salvadoras da pátria e assim, abocanhar os parcos recursos públicos.
Há que se falar, aqui, que os
alunos dos anos iniciais do EF valem menos dinheiro no Fundeb, do que os alunos
dos anos finais do Ensino Fundamental. Assim, o Estado repassa um aluno que vale
menos e fica com alunos que valem mais dinheiro. Pior, ao repassar os alunos
dos anos iniciais do EF para o município, o Estado ainda fica com 5% de vários
impostos que compõem o Fundeb, uma vez que só 20% desses impostos acompanham
esses alunos. Ficam para o município um aluno que vale menos e para atender bem
sua demanda, o município obrigatoriamente terá que pegar dos recursos próprios,
que ele não põe na cesta do Fundeb, que serviria para garantir creche, para
atender um aluno que em tese, seria do Governo do Estado, porque ele arrecada
mais impostos que o município. Em síntese, ao prefeiturizar, os alunos, o
Governo Mauro Mendes economizam nas costas dos prefeitos.
Vejam os números do Censo Escolar
de VG em 2020:
|
Governo do Estado |
Prefeitura |
Ensino Fund Anos Iniciais |
4.434 |
14.117 |
Ensino Fund Anos Finais |
12.127 |
2.331 |
Totais |
16.561 |
16.448 |
Fonte: Censo Escolar 2020
Com um raciocínio simples, alguém
poderiam afirmar que o Governo do Estado e a Prefeitura cada um atende 50% das
matrículas, o que estaria de bom tamanho. Isso seria verdade se o valor por
aluno não fosse diferente. Mas, é! Como o aluno do anos finais do Ensino
Fundamental vale mais, é bom negócio para o Governo Mauro Mendes REPASSAR a responsabilidade dos anos iniciais para o
município. Como envolve muito dinheiro
e convênios empresariais futuros, a ser celebrados com instituições religiosas,
fundações bancárias e outras, é do interesse do Governador fazer o
“REDIMENSIONAMENTO” sem consultar a população, porque ele sabe que a população
esclarecida vai ser contra!
Em Várzea Grande a mais de 10
anos, o Sintep vem literalmente barrando a política de redimensionamento. Só
que agora as BNCC e a Reforma do Ensino Médio acenderam a sanha dos governos
empresariais de favorecer às empresas vender seus pacotes educacionais. É o
Caso do Governador Mauro Mendes que importou agentes privatistas do Estado do
Paraná para destruir a escola pública estadual em Mato Grosso. Agentes esses
que foram demitidos de consórcio regional por exigência do Ministério Público
Estadual de lá.
POR QUE SILVIO FIDÉLIS ASSESSORA
MAL AO PREFEITO KALIL BARACAT?
O Secretário Silvio Fidélis é
profundo conhecedor das legislações educacionais. Ele sabe de tudo o que o
Sintep/VG argumenta contra o redimensionamento e o repasse de alunos do ensino
fundamental para os municípios. Ele sabe que pegar mais alunos do Ensino
Fundamental vai criar um grande problema para o município que já não consegue
pagar as dívidas salariais de seus educadores. O município de Várzea Grande é,
hoje, um senhor caloteiro de verbas salariais, oriundas da revisão do
enquadramento e dos salários congelados desde 2017 no caso dos Técnicos.
O Secretário Silvio Fidélis sabe
que ao atender mais alunos do Ensino Fundamental, será menor o valor per capita
por alunos. Portanto será menor a capacidade do município de construir creches,
por exemplo, já que não consegue concluir as salas e escolas que estão em
eternas reformas/construção.
O Secretário Silvio Fidélis sabe
que o Sintep/VG tem estudos que aponta o rebaixamento do valor per capita por
aluno em VG, por causa da distorção no atendimento da demanda do Ensino
fundamental. Se o governo do Estado quisesse ajudar Várzea Grande, construiria
creches para o município atender o déficit de vagas para a educação infantil.
Se o Governador de Mato Grosso,
Mauro Mendes, fosse mais humano e honesto, ajudaria Várzea Grande, neste
período de pandemia, a:
1.Atender a meta do PNE de
assegurar atendimento em creche para 50% das crianças de 0 a 3 anos: uma boa
pergunta para os vereadores e vereadora é: quanto de percentual de crianças de
0 a 3 anos são atendidas nas creches públicas de VG?
2.Atender 100% da demanda de
alunos de 4 a 5 anos em educação de tempo integral? Seria bom que nossos
vereadores e vereadoras procurassem conhecer o arremedo de projeto de educação
integral que está parcialmente implantado em nosso município.
3.Atender proporcionalmente os
alunos no ensino fundamental em tempo integral. Assumindo sua tarefa no Ensino
Fundamental anos iniciais, com certeza, os valor per capita por aluno
aumentaria e com as sobras de recursos do Fundeb que a controladoria Geral do
Município aponta em seus documentos que estão paradas nas contas da Smecel/VG,
daria para quitar os débitos trabalhistas e assegurar a revisão salarial do
pessoal técnico que há 4 anos está com salários congelados em VG.
4.Respeitar o Plano Municipal de
Educação e cumprir com sua exigência de que para realizar política de
redimensionamento é preciso constituir um Comitê Paritário.
MAURO MENDES ATACA A HONRA DE
LICINIO MONTEIRO E OS VEREADORES SERÃO CUMPLICES
A Escola Estadual Licínio
Monteiro da Silva sempre honrou o nome lhe emprestado, oferecendo serviço
educacionais aos munícipes de Várzea Grande. Desde o curso de Magistério, desde
o atendimento do 1º e 2º Graus, a sua existência enquanto CEJA – Centro de
Educação de Jovens e Adultos, o curso profissionalizante do Profuncionário, o
atendimento a PcDs, Imigrantes, jovens e adolescentes, a Escola Estadual Licínio
Monteiro rasgou suas quase 5 décadas com muito serviço a Várzea Grande, e
agora, o Governador Mauro Mendes, o Secretário Alan Porto, o Prefeito Kalil
Baracat e o secretário Silvio Fidélis querem jogar toda essa história na lata
do lixo. Uma vergonha para Várzea Grande, quando a insensibilidade e o desprezo
pela cidade parecem habitar as mentes daqueles que a deveriam proteger.
Caso os vereadores e as
vereadoras não tomem o partido de defender a escola para que a mesma permaneça
estadual, será a conformação de que também o Legislativo em nossa cidade, a
exemplo do Executivo, pouco se importa com nossa história.
O SILÊNCIO SUPULCRAL DO SENADOR
JAIME CAMPOS!
Chama a atenção que autoridades
com mandatos de representação que tem quase a mesma idade da escola, estão de
costas viradas para ela. Autoridades estas que já foram governadores,
prefeitos, Senadores, Deputados Federais, Conselheiros de Tribunal de Contas:
onde estão? Vocês vão assistir, calados, a destruição de nossa escola?
E o Senador Jaime Campos? Nem uma
visita na escola? Nem uma palavra pública? Nem uma mensagem?
UM GRITO DE SOCORRO DA COMUNIDADE
ESCOLAR
Nos últimos dias, estarrecida por
não ter tido a consideração do Secretário de Estado de Educação Alan Porto; por
dele não ter recebido sequer um telefone comunicando a situação; por da parte
dele não receber qualquer menção republicana de respeito à história da escola,
das famílias em que seus filhos lá estudam, dos profissionais que lá dedicam
sua vida, a comunidade escolar não se cansa de buscar uma saída, para que a
não-prefeiturizar da escola.
A comunidade escolar espera que
os vereadores/as os apoiem a luta da Comunidade Licínio Monteiro. E ao invés de
ser fechada, que o governo assegure projetos para que a o retornarmos
plenamente da pandemia, todos devidamente vacinados, possamos ter a escola como
porto seguro das famílias que sabem que seus filhos, lá terão uma vaga para
estudar.
Para tanto, a EEDIEB Licínio
Monteiro tem um projeto de educação para ser referência para o município. O que
precisamos é de apoio do órgão central, a Seduc/MT no sentido de melhor atender
a população.
ESTARIA O MINISTÉRIO PÚBLICO
ACOMODADO EM VÁRZEA GRANDE?
Está é uma pergunta que enquanto
entidades nos fazemos. Há um ano já tínhamos apresentado denúncia sobre o risco
de fechamento do Licínio. O processo ficou parado. Já representamos novamente o
Secretário Alan Porto através do MP em Várzea Grande. Aguardamos ansiosamente
uma atuação em favor da manutenção da escola como Escola estadual em Várzea
Grande.
Mesmo porque o Licínio não faz
atendimento de anos iniciais e que portanto, não teria sentido tal
redimensionamento, até por ser unidade com maior número de matrículas no
município.
Nesse sentido, apresentamos
nossos argumentos embasados naquilo que a legislação assegura, de modos a
afirmar que O QUE ESTÁ CURSO PELO GOVERNO MAURO MENDES, É UMA POLÍTICA DE
DESOBRIGAÇÃO DE SUAS RESPONSABILIDADES CONSTITUCIONAIS, e o mesmo conta com a
subserviência do secretário Alan porto, do prefeito Kalil Baracat e do
secretário municipal de educação, Sílvio Fidélis. Os nobres vereadores e
vereadores precisam ajudar a comunidade a manter a escola Licínio como: EEDIEB –
ESCOLA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO INTEGRAL LICÍNIO MONTEIRO DA SILVA.
Atenciosamente.
Várzea Grande, 28 de setembro
de 2021.
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